Análise do filme Hellraiser: Renascido do inferno (2022)
- Categoria: Critica de Filmes
- Publicação: 18/10/2025 14:06
- Autor: Givaldo Dias

Hellraiser: Renascido do inferno (2022)
Diretor: David Bruckner
Elenco Principal: Odessa A'zion, Jamie Clayton, Adam Faison
Depois de uma série de continuações tenebrosas no pior sentido possível da palavra, finalmente a franquia "Hellraiser" recebeu um novo capítulo que trouxe dignidade novamente para o maravilhoso e sombrio universo dos Cenobitas.
Longe de ser um filme perfeito, "Hellraiser" ainda
assim tem muitas qualidades a ser destacadas, primeiramente, Jamie Clayton
entrega uma atuação à altura do trabalho clássico de Doug Bradley e melhor
ainda, não deve em absolutamente nada para seu marcante antecessor (ignoro os
demais que vieram a seguir). Sua presença é forte, ameaçadora e mantém a mesma
calmaria no tom de voz (além da voz com efeito lembrar bastante) especialmente
quando fala algumas frases bem clássicas. A maquiagem é outro ponto altíssimo,
o visual do novo Pinhead tem pequenas mudanças, a começar pela ausência das
tradicionais roupas de couro que traziam mais explicitamente a referência ao
sadomasoquismo (mas a dor e o prazer continuam constantemente mencionados lado
a lado), a nova "roupa" do Pinhead é ainda mais visceral dando a
impressão de se tratar uma espécie de veste feita com a própria pele.
Isso tudo sem esquecer do excelente uso de efeitos práticos,
em sequências com uma dosada violência que poderia ter sido mais evidenciada,
principalmente comparando com os dois primeiros clássicos capítulos da franquia
onde o gore é bem marcante, mas, nada que seja de fato um problema. Mesmo com
certa redução, existem sim, cenas bem violentas, algumas mais gráficas, outras
ficam mais escondidas pela pouca iluminação em determinados locais que as
personagens acabam se encaminhando.
A trilha sonora é boa, mas não chega a ser muito memorável,
exceto quando usa o clássico tema composto por Christopher Young, aí a coisa
muda totalmente de figura, e parabéns para quem escolheu os momentos certos de
colocá-la, pois fez toda a diferença.
Talvez o grande problema do filme seja o fraquíssimo elenco,
com exceção de Jamie Clayton, ninguém mais entrega uma atuação ou mesmo uma
personagem interessante, são todos bem descartáveis e totalmente esquecíveis. O
roteiro também tem umas passagens bem "já vi isso antes", a começar
pelo primeiro ato que me lembra bastante "Drácula 2000" por conta de
um elemento específico e o arco da protagonista parece saído do remake de
"A Morte do Demônio". O vilão-mor humano também deixa bastante a
desejar, é bem genérico, só faltava dar aquelas gargalhadas de vilão malvado do
mal.
Dito isso, "Hellraiser" é um bom filme de terror,
com bastante suspense, tem uma ótima atmosfera macabra, boas cenas de violência
e traz consigo a esperança para essa franquia tão detonada e prova que sim,
apesar de ter sido uma sucessão de desastres um atrás do outro, ainda existe
uma luz no fim desse túnel sinistro... e não é um trem na contramão. Os fãs de
Hellraiser podem respirar mais aliviados agora, pois o futuro da série promete
ser bem promissor com esse novo começo.
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