Monarquia e escravidão, os males do Brasil são
- Categoria: Politica e Sociais
- Publicação: 15/08/2025 18:12
- Autor: Ricardo Lessa

A vida imita a arte, de forma piorada e com requintes de crueldade. O título do filme, "Matou a família e foi ao cinema", (de Júlio Bressane, 1969) foi atualizado segunda-feira passada em Belo Horizonte.
A nova versão seria Matou o gari e foi para academia. A Polícia Militar prendeu o empresário Renê da Silva Nogueira Junior, 47 anos, homem branco, acusado de atirar a queima-roupa contra contra o gari Laudemir Fernandes, porque atrapalhava (Que irritante!) o caminho de seu automóvel, segundo as testemunhas de seus colegas lixeiros.
Em cidades com pouco mais noção de cidadania, na Caifórnia (US) por exemplo, os carros são obrigados a parar e esperar, sob pena de multa, atrás dos caminhões de lixo, para prevenir acidentes contra os servidores públicos. O mesmo antes de ônibus escolares.
Casado com uma delegada, o empresário, com histórico de violência, nas mesmas redes onde exibe sua musculatura, apresenta-se como "cristão e patriota".
Não matarás, diz o quinto mandamento das tábuas da lei, que significada pecado mortal para quem o comete e destina o pecador ao fogo do Inferno. Esse mandamento, porém, parece ter caído em desuso ultimamente no Brasil, onde o homicídio já pode ser chamado de pandemia.
Segue, porém, um triste padrão histórico, em que homens brancos, fardados ou não, tiram a vida de pobres e pretos, junto com a felicidade de filhos, esposas, mães, a maioria das vezes sem punição.
Quando o filósofo holandês, Gaspar Barleus, escreveu no século 17, inspirado pela passagem de seu conterrâneo Nassau em Pernambuco, "não existe pecado do lado de baixo do Equador", jamais imaginaria que sua obra seria tão atual no Brasil quatro séculos depois.
Bem que Chico Buarque relembrou o dito na sua peça Calabar, proibida durante a ditadura militar. Outro livro de séculos atrás poderia ser parodiado, "A arte de furtar", atribuído ao padre Antônio Vieira, pode ser adaptado para o novo milênio como "A arte de matar".
Em vez de rouba-se em todas as conjugações, pode ter a versão tenebrosa de mata-se em todas as conjugações.
Ao contrário do que muitos repetem, que o Brasil não é um país muito complicado. Pode-se entender o Brasil em duas frases: muito escravismo e pouca república.
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