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O GRANDE SANTOS DE PELÉ

  • Categoria: Futebol
  • Publicação: 10/12/2024 13:51
  • Autor: Silvio Cosenza

Se perguntado haverá quem diga tratar-se de um simples time de futebol. Ledo 

engano próprio de quem nasceu sem olho em terra de cegos. O Grande Santos 
de Pelé era na realidade uma plêiade rica em arte e beleza. Até Roberto Rivelino, 
ídolo maior do Corinthians “faz-me rir”, interrompia o aquecimento para assistí-
lo entrar em campo com aquele uniforme branco contrastando com a pele negra 
da maioria dos seus atletas.
Reinou absoluto sobre os mortais da bola entre os anos de 56 e 69. Em dia de 
jogo, ninguém apostava se o Santos iria vencer, apostava de quanto. Quem se 
esquece da virada para cima do Boca em plena La Bombonera papando sua 
primeira Libertadores? Quem não se lembra do generoso 5 a 2 contra o Benfica
de Eusébio no Estádio da Luz pelo Mundial?
A verdade é que torcer pelo Santos dava até sono de tão previsíveis que eram os 
resultados, e essa modorra produzia vítimas inesperadas. Não é segredo para 
ninguém que o Seu Lula, treinador da equipe (um tipo de Alex Fergusson 
tupiniquim por ter permanecido 12 longos anos no comando), frequentemente
cochilava no banco de reservas durante os jogos.
Reza a lenda que em certa partida pelo Paulistão, lá pelos 15 do segundo tempo 
o técnico foi acordado aos berros pelo Zito: “Seu Lula, Seu Lula, estamos 
perdendo de 1 a 0, o que é para fazer”? Ainda se refazendo do susto, o Ferguson 
brasileiro ajeitando o bigodinho respondeu com toda a pachorra deste mundo: 
“faz dois gols que tá bom, meu filho”, e tornou a dormir. Quem viu diz que o 
disciplinado capitão do time obedeceu.
Por Silvio Cosenza
(Silvio é craque da pelota e estuda propostas de Real Madri e Barcelona para triunfal retorno aos gramados.)