Frida, uma garçonete que ao trabalhar numa festa de gala, realizada para arrecadação de fundos, acaba por conhecer o bilionário Slater King, o organizador do evento. King convida Frida a juntar-se a ele e sua turma, em uma temporada de férias com muito luxo, regada a champanhe e animada com muita música noites a dentro. Porém, aquilo que parecia um sonho aos poucos vai se transformando num pesadelo.

Este é o enredo de Pisque Duas Vezes, o longa-metragem que marca a estreia na direção de Zoë Kravitz, filha do cantor Lenny Kravitz e da atriz Lisa Bonet, que até então atuava a frente das câmeras, como atriz.

Após assistir Pisque Duas Vezes, pensei muito em uma palavra para definir minha sensação em relação ao filme. Para mim a palavra que melhor reflete minha experiência com o longa é “surpreendente”.

Zoë, certamente, se coloca como uma das mais promissoras cineastas de 2024.

A diretora demonstra muita capacidade em utilizar todos os elementos a favor da narrativa, desde um excelente design de produção, com uma mise-en-scène rica em detalhes e utilização de cores vivas e por vezes até estouradas, até enquadramentos precisos, com isso, ela consegue nos colocar na ilha, junto com a protagonista.

Kravitz, concebe um conceito brilhante, mostrando como podem ser vazias, artificiais e forçadas as grandes festas do high Society. Facilmente essa proposta nas mãos de um cineasta menos talentoso poderia soar clichê e se transformar num filme genérico, porém, Zoë, consegue transformar os vilões, que poderiam ser criaturas unidimensionais, em pessoas ambíguas, muito mais complexas e com isso transformá-las em personagens muito mais temíveis, ameaçadores e assustadores que qualquer mera caricatura.

Pisque Duas Vezes trás um Casting de respeito, com nomes como Geena Davis, Kyle MacLachlan, Haley Joel Osment, Christian Slater, Adria Arjona, entre outros, no geral com excelentes atuações, entretanto, merecem destaque especial, a protagonista, Naomi Ackie, estupenda, e Channing Tatum, que também manda muito bem como o grande vilão

Enfim, Zoë, consegue criar uma atmosfera de muita tensão e senso de emergência que nos faz ficar na ponta da cadeira até o final de seu filme. Portanto, vale muito a pena conferir este Triller/Terror, que mesmo não sendo perfeito, já está entre os meus favoritos deste ano.

Tenham certeza, que o nome “Zoë Kravitz” está anotado no meu caderninho, pois a partir dessa excelente estreia, pretendo assistir suas futuras obras, porque acredito que o melhor ainda está por vir.