A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa recebeu denúncia apresentada pela Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte sobre o uso de agrotóxicos como arma química no município de Quixeré, na região da Chapada do Apodi. De acordo com a denúncia, famílias de agricultores do município estão sofrendo com a exposição a derramamentos de veneno dentro de suas comunidades.

No dia 27 de julho, num distrito de Quixeré, foi espalhado um veneno entre duas lombadas da estrada local, deixando um forte cheiro na área e intoxicando crianças – uma delas precisou de atendimento hospitalar. O material só foi retirado da pista pela Secretaria de Obras no dia 1º de agosto.

No dia 19 de agosto, uma das famílias sentiu novamente o cheiro forte de veneno, o mesmo utilizado anteriormente – e apontado por eles como “furadan”. Dessa vez, no entanto, o ataque aconteceu diretamente contra a residência de uma família: o veneno foi despejado sobre o telhado, no piso da área de serviço, por cima de objetos pessoais como brinquedos da criança, roupas, recipiente de armazenar a água de consumo da família e em cima do telhado do meliponário (casa de criação de abelha nativa jandaíra).

A família fez um boletim de ocorrência. A vigilância sanitária do município esteve no local, mas disse não poder fazer nada já que era um conflito “pessoal”, orientando as famílias a procurarem o Corpo de Bombeiros para limpeza do telhado da residência.