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Análise do Filme " Trilha Sonora para Um Golpe de Estado

Documentário indicado ao Oscar
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 26/01/2025 20:54
  • Autor: Ricardo Corsetti
O erro fatal de Patrice Lumumba (1925-1961), foi confiar no Diabo (também conhecido como Estados Unidos da América). O excelente documentário "Trilha Sonora Para Um Golpe de Estado" (2024), indicado ao Oscar 2025 na categoria documentário, aliás, nos introduz desde o chamado "Soft Power" (dominação silenciosa), por meio do qual a sacrossanta América, exporta sua cultura ao resto do mundo, como por exemplo, no episódio em que, em meados dos anos 50, durante a Guerra Fria, enviou Louis Armstrong e Dizzy Gillespie, para a África (e sobretudo para o Congo Belga), para fazerem apresentações; chegando, inclusive, ao ponto de literalmente despejar vitrolas (de paraquedas) sobre o então Congo Belga, para que os cidadãos congoleses consumissem sua música (o jazz, no caso); até estratégias de dominação, bem menos sutis, planejadas pela CIA, tais como a ordem de assassinato a Patrice Lumumba (então primeiro ministro do Congo recentemente "independente"). Eis a forma como a "doce terra da liberdade", ao longo de décadas, desrespeita soberanias estrangeiras ao redor do mundo, planejando e financiando, inclusive, golpes de estado, que visam a implantação de ditadores fantoches a seu serviço, dispostos a abdicar dos recursos naturais de seus respectivos países, em troca de migalhas. Obs: mas, por falar em "trilha sonora", destaque para os números musicais presentes ao longo do filme, com: Louis Armstrong, Dizzy Bebop Gillespie e, sobretudo, o monstruoso (no melhor sentido do termo) baterista Max Roach, um grande ativista do movimento negro e também pelos direitos civis. Destaque também para as imagens e entrevistas de arquivo com: Malcolm X, Nikita Kruchev e até Miriam Makeba (sim, aquela mesma que teria sua mais famosa canção, regravada aqui no Brasil, por María Alcina.