Análise Os Sapos (2024)
longa-metragem nacional tragicômico, distribuído pela Livres Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 06 de fevereiro de 2025,
- Categoria: Critica de Filmes
- Publicação: 20/04/2025 23:44
- Autor: Casal Doug e Kelly

Com classificação indicativa 12 anos e 76 minutos de duração, dirigido
por Clara Linhart, baseado na peça homônima de Renata Mizrahi.
A história segue Paula (Thalita
Carauta), uma mulher de 38 anos que é convidada para passar um fim de semana em
uma casa de campo isolada. Ao chegar, ela descobre que a reunião de colegas de
escola foi cancelada, e fica presa na casa até o dia seguinte. Lá, ela se
depara com dois casais em crises intensas de relacionamento: Luciana (Karina
Ramil) e Marcelo (Pierre Santos), que estão juntos há oito anos, mas nunca
oficializaram o compromisso, e Cláudio (Paulo Hamilton) e Fabiana (Verônica
Reis), cuja aparente felicidade esconde uma relação tóxica e abusiva. A
presença de Paula serve como catalisador para desenterrar conflitos e tensões
reprimidas, mesmo assim, ela decide aproveitar o um dia e uma noite que irá
permanecer no local, navegando com humor e ironia pelas dinâmicas disfuncionais
ao seu redor.
Tendo como inspiração uma história
real que vivenciou, o texto da autora teatral e roteirista do filme, Renata
Mizrahi, é habilmente construído, com diálogos que equilibram humor e tensão,
criando uma atmosfera onde o riso e a melancolia coexistem. A narrativa revela
as complexidades dos relacionamentos, expondo as fragilidades e as forças dos
personagens.
A diretora Clara Linhart, possui em
seu currículo diversos trabalhos de sucesso, entre eles, a direção, em 2011, do
curta-metragem da peça que agora virou longa-metragem. E fica evidente, sua
capacidade de abordar temas complexos e emocionais com sensibilidade e
profundidade, destacando-a como uma das mais promissoras diretoras do cinema
brasileiro atual.
O elenco do longa merece destaque.
Cada intérprete trouxe uma intensidade e paixão únicas aos seus papéis, com uma
química que criou uma dinâmica que sustenta a narrativa do início ao fim. O
tempo de duração enxuto permite que os atores explorem as emoções de seus
personagens sem distrações desnecessárias, o que resultou em uma experiência
envolvente.
Para aqueles que se perguntam sobre
o significado de "Os Sapos" no título, eles funcionam como uma
metáfora que pode ser interpretada de várias maneiras - adicionando um fator
repetição ao longa - oferecendo a cada espectador espaço para sua própria
teoria.
No meu entendimento, significou a
personagem ter que aceitar, suportar ou tolerar algo desagradável, ofensivo ou
humilhante sem poder expressar indignação ou protesto. Como se fosse forçada a “engolir”
algo ruim, da mesma forma que seria desagradável engolir um sapo.
Mas, os sapos são frequentemente
associados a ambientes úmidos e sombrios, simbolizando algo que surge das
profundezas e das margens da sociedade. Assim, podem representar os personagens
que vivem à margem, enfrentando situações difíceis e muitas vezes ignoradas.
Além disso, sapos são conhecidos por
seus coaxares, que muitas vezes acontecem em coro. Esse aspecto pode refletir a
necessidade de expressão e comunicação dos personagens. Ou mesmo, o fato de as
personagens femininas imaginarem estar se relacionando com príncipes, que na
verdade são sapos. De qualquer forma, assista e crie sua teoria.
Em resumo, “Os Sapos” é um filme que
cativa e provoca reflexões profundas sobre relações de dependência, entregando uma
obra que, através de sua simplicidade e sinceridade, toca em questões
universais e relevantes. Vale a pena ser visto e apreciado!
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