"Cara A Cara" (1967), longa de estreia de Júlio Bressane.
Claramente realizado por um jovem diretor, ainda em busca de seu próprio estilo. Ainda distante do que veríamos em seus ótimos filmes posteriores, ambos realizados em 1969
- Categoria: Critica de Filmes
- Publicação: 13/01/2025 22:46
- Autor: Ricardo Corsetti

"Matou a Família e Foi ao Cinema" e "O Anjo Nasceu". Neste seu belo (embora imperfeito) trabalho de estreia, Bressane parece ainda distante da irreverência e inventividade narrativa que caracterizaria o chamado "Cinema Marginal" do qual, aliás, ele foi um dos mentores, ao lado do genial Rogério Sganzerla (1946-2004). "Cara A Cara" me lembra o existencialismo de Antonioni, por exemplo. Sobretudo pelos longos planos abertos em que os protagonistas (Antero Oliveira e Helena Ignez) interagem e, ao mesmo tempo, meio que fazem parte da arquitetura urbana. A figura deste funcionário público de baixa patente, esmagado por uma estrutura social e de poder, perante à qual se sente impotente, me lembrou Kafka em "O Processo" (1925). Destaque para a cena em que o diretor brinca com a linguagem/estética do cinema mudo, em que as atrizes Helena Ignez e Maria Lucia Dahl , a propósito, estão absurdamente lindas. Destaque também para a ótima trilha sonora que vai desde temas (instrumentais) compostos exclusivamente para o filme, até peças de Bach. Obs: apesar de suas imperfeições em termos de desenvolvimento de roteiro, por exemplo, "Cara A Cara" é mesmo um belo trabalho de estreia.
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