"Não podemos combater capitalismo branco com capitalismo negro, mas sim com socialismo.

Reformismo só existe pra tornar o escravo melhor, aos olhos do mesmo senhor". Assim falou, Fred Hampton (em imagem e fala real de arquivo) em "Judas e o Messias Negro" (2020), Dir. Shaka King, ao qual acabei de rever (sim, rever). Obs: a nova pseudo-esquerda "identitária" com seu discursinho fácil de "vamos crescer dentro do sistema", ao invés de confrontar/destruir de fato suas estruturas, sinceramente me dá nojo e deveria urgentemente, fazer um curso intensivo sobre Fred Hampton (umas das principais lideranças do movimento "Black Panthers" no final dos anos 60), pra assim tomar vergonha na cara e deixar de lado sua bunda-molice que compra facilmente a falácia em torno do "empreendedorismo" da carrocinha de cachorro-quente... Quanto ao filme propriamente dito, merece destaque a competente direção e belo trabalho de fotografia. Em poucas palavras, retrata o plano de assassinato a Fred Hampton, arquitetado pelo FBI (Hoover e seus lacaios), sobretudo pela infiltração de William O'Neal, uma espécie de "capitão do mato" à norte-americana, no núcleo de comando dos Panthers. Obs 2: a encarnação de Daniel Kaluuya como Hampton, é mesmo tão surpreendente que chega a tornar Lakeith Stanfield (William O'Neal), um relés coadjuvante, embora seja ele oficialmente, o protagonista da trama. Apesar da narrativa convencional, é simplesmente um filmaço, pra mim, sem dúvida, o melhor filme norte-americano de 2020!