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Análise do filme Tipos de Gentileza

Filme dirigido por Yorgos Lanthimos

Categoria: Critica de Filmes
Publicação: 01/12/2024 12:32
Autor: Ricardo Corsetti

Estava curioso pra ver "Tipos de Gentileza" (2024), na esperança de finalmente poder cravar um veredito a respeito do cineasta grego (hoje plenamente inserido em Hollywood) Yorgos Lanthimos: gênio ou farsante? Bem, após conferir seu mais recente trabalho, uma coisa é certa: "Gênio" com "G" maiúsculo, definitivamente, ele não é. Mas, inegavelmente, tem lá seu talento e valor; a começar pelo fato de, aparentemente, ser 0% puritano em relação ao sexo, num momento em que o sexo (simulado e consensual, a propósito) parece ter virado tabu ou até mesmo pecado no imensamente pudico cinema contemporâneo. Quanto ao filme propriamente dito, é composto por 3 episódios/segmentos, dentre os quais, o primeiro é bem interessante e eficiente em sua aparente proposta de demonstrar o quão imoral (ou amoral) é o poder exercido pelo grande capital. Já o segundo episódio, é o mais fraco e até um tanto vago sobre o que de fato se propõe a dizer, mas é interessante por apresentar a "devoção" e submissão de uma esposa em relação a seu paranóico marido; lembra, aliás, o infinitamente superior "Ondas do Destino" (1996) de Lars Von Trier. O terceiro segmento, aparentemente, nos apresenta uma espécie de seita, composta por misto de Cientologia com "Meninos de Deus" (alguém aí lembra dessa picaretagem?). Em todos os episódios, destaca-se, obviamente, o talento e qualidade das atuações apresentadas por praticamente todo o elenco: Jesse Plemons, Emma Stone, Willem Dafoe e com destaque para a jovem Margaret Qualley que, além de ser um autêntico colírio, esbanja talento. Em suma, longe, mas muito longe de ser uma obra-prima e claramente inferior ao trabalho anterior do diretor ("Pobres Criaturas"), "Tipos de Gentileza", tem seu valor, mas não se trata da obra de um "gênio" e não vai mudar a história da sétima arte, ok?