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EUA classificam cartéis de drogas como terroristas e pressionam Brasil

  • Categoria: Geral
  • Publicação: 03/10/2025 21:27
  • Autor: Maêus reis
governo dos Estados Unidos anunciou em 2 de outubro uma nova estratégia de combate ao tráfico de drogas na América Latina e no Caribe, classificando cartéis como Organizações Terroristas Estrangeiras (FTOs). A decisão foi formalizada em um memorando presidencial enviado ao Congresso, chamado NIAC (non-international armed conflict, ou “conflito armado não internacional”). Segundo o documento, a medida não se restringe à repressão ao tráfico de entorpecentes, mas visa combater o uso do narcotráfico como ferramenta de terrorismo ideológico com impacto sobre a segurança nacional americana, colocando grupos como Hamas, Al-Qaeda e Estado Islâmico como referência para a classificação. A decisão permite que os Estados Unidos realizem operações militares, detenções sem julgamento previstas pelo Military Commissions Act e ataques letais em território estrangeiro sem necessidade de autorização do Congresso.

O Brasil é apontado como rota estratégica para o transporte de drogas, com facções locais abastecendo cartéis mexicanos e venezuelanos. Desde maio de 2025, autoridades norte-americanas pressionam o governo brasileiro a classificar essas organizações como terroristas, mas nenhuma decisão formal foi tomada até o momento. A medida pode ter repercussões diretas no país, incluindo efeitos na economia, na segurança pública e no calendário eleitoral de 2026.

No Congresso Nacional, tramita o PL 1.283/2025, do deputado Danilo Forte (UNB-CE), que propõe a inclusão de facções criminosas e milícias na Lei Antiterrorismo (13.260/2016). A proposta divide os parlamentares: o PT se posiciona contra, argumentando que equiparar tráfico e terrorismo pode gerar distorções legais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida e a ofensiva americana como “preocupantes”, destacando que países como Venezuela e Cuba também entram no escopo das ações externas. O governo brasileiro ainda não reconheceu o Cartel dos Sóis ou outras organizações criminosas como terroristas, o que mantém o país em situação delicada em termos de segurança e diplomacia internacional.