O Brasil enfrenta um surto de intoxicação por metanol, com pelo menos 43 casos registrados em São Paulo e Pernambuco. O metanol é um álcool utilizado principalmente como solvente industrial e combustível. Quando ingerido, é metabolizado no fígado em ácido fórmico, substância altamente tóxica que pode causar danos ao sistema nervoso central e aos órgãos vitais. Os sintomas de intoxicação incluem náuseas, dor abdominal, visão turva, confusão mental e, em casos graves, cegueira e falência de órgãos.

Em coletiva de imprensa realizada hoje, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou ações imediatas para tratar a intoxicação por metanol. Foi anunciada a distribuição de 4,3 mil ampolas de etanol em hospitais universitários, a solicitação de 10,1 mil ampolas de fomepizol via Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a instalação de uma Sala de Situação para monitorar os casos. O ministro enfatizou que o cenário atual é atípico, com um número de casos superior à média histórica, e que a Polícia Federal investiga a possível adulteração de bebidas alcoólicas com metanol por organizações criminosas. Ele também orientou a população a evitar o consumo de bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal.

O Ministério da Saúde está rastreando os lotes suspeitos e pode responsabilizar criminalmente quem produziu ou comercializou as bebidas adulteradas. Especialistas alertam para a necessidade de campanhas de conscientização que expliquem os riscos reais do consumo de bebidas adulteradas e ajudem a evitar novas intoxicações.