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Gilberto Kassab e o projeto de poder do PSD

  • Categoria: Politica e Sociais
  • Publicação: 28/09/2025 04:10
  • Autor: Rodrigo Botelho Campos - economista
A ação política parece muitas vezes com um jogo em que cada um faz o seu “esquema tático” para alcançar seus objetivos. Este jogo tem estratégia, tática, treinador, atacantes e defensores. Se consolidou até numa “Teoria dos jogos”…

Gilberto Kassab, um jogador, anunciou publicamente há algum tempo aquilo que está acontecendo no PSD, senão vejamos: a defesa da priorização pela reeleição de Tarcísio ao governo paulista e, consequentemente, a desistência de disputar a presidência em 2026; a vontade dele, G. Kassab ser vice para disputar o governo de SP em 2030 e Tarcísio a presidência (sem Lula na cédula); a candidatura de Eduardo Paes (PSD) ao governo do RJ; e a indicação de que Ratinho Jr (PSD) é o nome para disputar a presidência em 2026, recentemente acolhido como alternativa para ser apoiado por setores do “centrão”.

A novidade é a anunciada filiação de Mateus Simões  no PSD para ser candidato a governador de MG (com mais fundo partidário e tempo de TV que teria no Partido Novo). Afinal, ser forte no segundo estado em termos eleitorais é uma meta de todos os que disputam o poder eleitoral. Consentâneo com este consistente movimento é a hipótese de R. Zema ser guindado à condição de candidato a senador por MG. Eleito, pode ser o vice de Tarcísio em 2030, reeditando a política do “café com leite” em pleno século XXI. 

Isto tudo, plausível, demonstra que G. Kassab é um estrategista habilidoso, pois falou publicamente quase tudo isto há pelo menos um ano. Anunciou que Lula tinha tudo para ser reeleito, transformando 2026 num momento de acumulação de forças para 2030.

Não tromba com Lula, até ajuda tacitamente, mas não terá compromisso com o PT em 2030…lança Ratinho Jr. para ser puxador de legenda e eleger governadores e parlamentares para chegar com mais musculatura daqui 5 anos pois, tudo indica, em 2026 Lula pode ser reeleito, quiçá no primeiro turno. 

O PSD pode construir uma opção político-ideológica à direita, diferenciado do radicalismo bolsonarista proto-fascista, que o PSDB perdeu a oportunidade de reeditar após sucumbir à ofensiva da ultra direita após a derrota de Aécio Neves. Tudo ao centro evaporou na evidenciação da polarização planetária direita X esquerda no contexto da nova guerra fria também no Brasil.

O PSD poderá ser a partir de 2030 o grande adversário do PT. Pode ser um “revival” da polarização PT X PSDB que durou décadas. Aliás, certa época se cogitou a fusão PT/PSDB mas o deputado federal Jutahy Magalhães fez um comentário sutil: “o PT e o PSDB não devem se fundir, pois surgirão opções à esquerda e à direita”. 

A derrota do bolsonarismo em 2022; o impedimento do golpe de Estado em 2023; o julgamento e o sentenciamento de JB, ex presidente, e oficiais generais, nunca antes acontecido no Brasil; desdobramentos da retomada da política em sentido amplo com a hábil composição carregada de simbolismo da chapa de Lula com Alckmin, pode ter nesta nova quadra da história que se avizinha uma polarização dentro do campo democrático, isolando a ultra direita. Fascistas, não passarão! 

O povo brasileiro poderá dar a Lula o quarto mandato no primeiro turno como um presente pela sua luta histórica. Assim, eleito, terá oportunidade de ajudar o PT a preparar o futuro, pois o maior adversário já está se organizando! 

Vamos adiante, lutando!