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Análise do filme: “Ontem, Hoje e Amanhã (1963)

Do Diretor Vittorio de Sica e estrelado por Sophia Loren e Marcello Mastroianni.
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 22/09/2025 16:21
  • Autor: Mirian Mariano - Psicóloga no Cinema

Olá a todos. Estou de volta e estarei analisando mais um filme que amo. Por que decidi falar sobre esse filme hoje? Sophia Loren fez aniversário de 91 anos dia 20/02 e não pude deixar em branco. Para quem não sabe, ela é considerada uma lenda do cinema pelo American Film Institute em uma lista que apresentou os vinte e cinco melhores atores e 25 melhores atrizes da história do cinema norte-americano. Ela é a número 21 por parte das mulheres.

Sou neta de italiana e cresci vendo vários filmes italianos. Na verdade, vi vários filmes europeus desde pequena. Já na década de 80 quando era criança e adolescente. Sou de 1975. Nasci na metade da década de 70. Outro motivo de eu amar esse filme é que a minha mãe até colocou o nome do meu irmão de Marcelo. Por amar o ator Marcello Mastroianni. Mas chega de falar de mim... Vamos ao filme.

Ele é dirigido por Vittorio de Sica que foi um dos mais importantes atores e diretores italianos. Ele também foi o precursor do neorrealismo italiano. Ou seja, só aí já dá para dizer por que o filme é bom, certo? Para mim é imperdível e tem que ser assistido pelo menos uma vez.

O filme em si é dividido em três partes. E todos foram estrelados por Marcello Mastroianni e Sophia Loren. E vivem em diferentes casais e por situações diferentes. Às vezes cômicas outras dramáticas. E sempre refletindo aspectos do amor, da sociedade e dos costumes italianos da época. Lembrando que é de 1963. Então fala da década de 60.

Na primeira parte (Ontem), Adelina de Nápoles (Sophia Loren), é uma vendedora de cigarros de rua. E é casada com Carmine (Marcello Mastroianni), um homem desempregado e sem muitas ambições na vida. Eles vivem na miséria e Adelina vende cigarros que foram contrabandeados. Como na lei italiana eles não prendiam mulheres grávidas, o casal vivia fazendo “filho”. Eles têm 7 filhos no total. Eu sempre dou risada nessa parte. Você nota que ambos ficam esgotados de tanto “porem a mão na massa”, fazer amor. Enfim, essa parte mostra com humor e realismo social, as dificuldades que um pobre casal passa diante as imposições da lei e da sobrevivência.

Na segunda parte Anna de Milão (Hoje). Sophia Loren é Anna, casada com um poderoso industrial. Entediada, passa uma tarde com seu amante Renzo (Marcello Mastroianni), um escritor. Durante um passeio de carro, a conversa entre os dois mostra o vazio emocional de Anna. E mesmo com o romantismo e a intensidade de sentimentos por Renzo, você percebe que o que ela é apegada é o status social e a riqueza em que vive. E é muito mais que amor e a paixão. E isso não deixa de ser uma crítica ao vazio existencial. Falta algo na vida dela, algo existencial.

Na terceira e última parte, Sophia Loren é Mara, a Mara de Roma. Talvez essa parte seja a mais lembrada por uma cena que é considerada uma das mais icônicas no cinema italiano. Estou falando de uma que Mara faz um strip-tease para Augusto, personagem do Marcello Mastroianni. Aqui, ela faz o papel de uma prostituta de Luxo que vive em Roma. Ela tem como cliente fixo Augusto. Ele é um homem de classe alta que tem verdadeira obsessão por ela. Há varias cenas engraçadas. Aparece em algum momento, Umberto que é um jovem seminarista que por ser totalmente encantado por ela diz que vai largar o seminário. E ela tenta de todas as formas, convencê-lo a mudar de ideia.

Qual é a parte que eu mais gostei? Sinceramente não sei dizer. Talvez todas. Na terceira parte vemos as ruas de Roma. E isso me fez lembrar alguns outros filmes. E vocês? Qual parte é a predileta de vocês? Vocês gostaram do filme? Qualquer coisa deixa nos comentários o que acharam. Eu super recomendo não somente para os fãs de Vittorio de Sicca, ou pelos fãs de Marcelo e Sophia, mas também para aqueles que gostam de ver um bom filme e principalmente para os amantes do cinema italiano como eu. Mas sou suspeita para falar né. Sou uma mini-italiana e até falar com as mãos faço. E de forma inconsciente, bambinos.

Até breve com mais um artigo. Beijos a todos e espero que tenham uma ótima semana.