Análise do filme Amarcord (1973)
Resenha do longa-metragem Amarcord de Federico Fellini
- Categoria: Critica de Filmes
- Publicação: 23/08/2025 15:39
- Autor: Rauny Moreira

Amarcord (1973)
Direção: Federico Fellini
Elenco Principal: Pupella Maggio, Armando Brancia, Magali Noël, Ciccio Ingrassia, Nando Orfei, Luigi Rossi
A assinatura máxima, em um dos melhores trabalhos autorais já realizados. Amarcord é um longa semi-autobiográfico onde Federico Fellini lança luz sobre a pequena cidade italiana de Rimini na década de 30, retratando-a de acordo com suas lembranças de garoto. Nesse período, Mussolini acaba de assumir o poder na Itália.
Tudo no alvorecer da adolescência do jovem Titta (Bruno Zanin) que, entre brincadeiras com amigos e desejos da idade, aprende aos poucos o sabores da vida.
Vencedor de Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Amarcord retrata a década 30 de uma maneira bem curiosa. A delinquência juvenil existe, bem como a cordialidade e a hospitalidade dos nossos irmãos italianos que são tão bem conhecidas. O júbilo por uma nova estação que está chegando, os pães assados vendidos na manhã com um sol lindo de primavera e o ar de inocência até nos mais atrevidos cidadãos do país em forma de bota. Lindíssimo em transmitir a simplicidade e a beleza disso.
Há também o aspecto do desejo, de descobertas também marcadas pela puberdade, algo que Malena (2000), de Giuseppe Tornatore, também faz com muito esmero. Fellini também abre espaço para a reflexão política, desde os mais triviais assuntos, com fofocas e risadas altas, gestos e alegria mesmo em um momento histórico que não tem muitas páginas felizes no livro de memórias mundial.
A arte, tal qual o próprio cinema, tem a tarefa de não só causar reflexão, mas também de apresentar o lado puro e imaculado da maioria, de nós civis, daqueles que estavam no lugar errado e na hora errada. Entender a identidade italiana passa um pouco por conhecer seus filmes e Amarcord é um desses. Indispensável e admirável no equilíbrio dos temas, na emoção, no reconhecimento humano que perpassa qualquer fronteira.
Amarcord existe como um filme definitivo, como eu gosto de salientar sempre. Recentemente, Del Toro impregnou algo parecido em sua linda adaptação de Pinóquio (2022), com um boneco de madeira que em alguns pontos poderia ser comparado ao jovem Tita. Fellini dá mais um passo aqui, saltando ele próprio e o cinema italiano ao mais alto nível de qualidade e a novíssima nova onda setentista que vinha surgindo com novas perspectivas e recursos cada vez mais intimistas e próprios e assim sendo, criando um apelo narrativo único.
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