Análise do filme Beau Tem Medo" (2023)
Filme dirigido por Ari Aster.
- Categoria: Critica de Filmes
- Publicação: 24/12/2024 00:37
- Autor: Ricardo Corsetti

Gostei mais do que esperava até. Afinal, é fato que eu realmente não sou lá muito fã de um dos badalados mentores (Aster) do ultra-pretensioso subgênero contemporâneo, conhecido como "Pós- Horror". Gosto de seu primeiro longa, "Hereditário" (2018), mas acho "Midsommar" (2019), absolutamente intragável. Quanto ao novo trabalho de Mr. Aster, é praticamente impossível enquadra-lo num único gênero ou subgênero cinematográfico específico. Pois há elementos que vão desde o drama familiar, passando por pitadas de horror e suspense, até momentos de humor sombrio e surreal, com claras citações a obra de Fellini (mais especificamente, "Fellini Oito e Meio" - 1964, em particular) e David Lynch ("Veludo Azul", 1986). Há ainda, um aparente clima a la "De Olhos Bem Fechados" (1999), último filme (de fato realizado) de Kubrick. Sim, já sei o que você está aí pensando: "Uau, com tantas referências a grandes obras e grandes diretores, este deve ser mesmo um grande filme". Bem, digamos que "Beau" tem lá seus méritos, sim. Mas o fato é que tais "referências de ouro", estão muito diluídas e talvez acabem por gerar uma overdose de pretensão, quando colocadas aqui, todas de uma só vez. Além disso, é óbvio que num filme "autoral" com três horas de duração, há coisas (cenas e situações) claramente desnecessárias e que nem mesmo se comunicam de fato com a trama central do filme que é, em poucas palavras, o protagonista problemático e paranóico, tentando sair de casa, para ir em direção ao velório de sua mãe. Sim, a trama central, no fundo, é apenas isso. Mas há muita "perfumaria" em torno, disfarçando isso. Filme tecnicamente bem realizado, com belo trabalho de fotografia e cenografia; produção evidentemente cara, aliás. O igualmente badalado, Joaquin Phoenix, está bem como protagonista, mas longe de apresentar um de seus melhores desempenhos. Mas, justiça seja feita, todo o elenco de apoio é ótimo, com destaque para a pequena, mas sempre marcante participação da eterna musa Indie dos anos 90, Parker Posey. É, meus caros egolatras Christopher Nolan e Darren Aronofsky, finalmente surgiu alguém para disputar com vocês, o título de cineasta mais iconoclasta do universo. E sinceramente, só o tempo dirá se Mr. Aster, tem mesmo estofo pra tudo isso...
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