Persona (1966)

A primeira vez que vi persona foi na década de 90 num VHS de qualidade muito porca, com imagem péssima que não fazia jus a extraordinária fotografia em p&b do mestre Sven Nykvist que acentuava a semelhança entre as atrizes. As legendas, traduzidas do sueco, também eram uma porcaria, por isso minha experiência com esta obra-prima não foi muito proveitosa. Outro detalhe é que um filme do diretor Ingmar Bergman jamais deveria ser assistido por quem tem menos de 35 anos de idade, é necessário ter uma certa vivência e um pouco de maturidade pra tentar entender o verdadeiro mergulho na alma humana que só os filmes dele são capazes de proporcionar.

Este Persona fica em pé de igualdade com Morangos Silvestres na disputa pelo posto de melhor filme do diretor sueco. A atmosfera de filme de terror foi expandida posteriormente em outro clássico, o dilacerante Gritos e Sussurros, de 1972.

Aqui temos Elisabet Vogler (Liv Ullmann, extraordinária) uma atriz que pára de falar e que se muda pra uma casa da praia aos cuidados da enfermeira Alma (Bibi Andersson, fantástica) que fala sem parar o tempo todo. O isolamento e a conivência farão que ambas troquem de personalidade e...

Não vou contar mais. A entrega das atrizes é tanta que chega a arrepiar. 

Inspirou um livro que depois virou filme com o Brad Pitt, mas não direi qual é pra não estragar a surpresa