De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 73,6 mil novos casos de câncer de mama em 2025, o que representa cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer entre mulheres. Esse dado revela a gravidade da doença, que continua sendo a principal causa de morte por câncer feminino, com mais de 20 mil óbitos registrados em 2023.

Os números preocupam especialistas: em pouco mais de duas décadas, a taxa de mortalidade por câncer de mama aumentou 86,2%, conforme dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O crescimento se observa em todas as faixas etárias acima dos 35 anos, mas é recorrente entre mulheres com mais de 65 anos — justamente o grupo com menor acesso a exames preventivos.

Apesar dos avanços, 25% das mulheres acima de 40 anos nunca realizaram mamografia, segundo levantamento do Instituto Avon em parceria com o Datafolha. Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 4,4 milhões de mamografias, sendo 2,6 milhões na faixa etária prioritária, de 50 a 74 anos. Contudo, as desigualdades regionais persistem, especialmente em áreas do Norte e Nordeste, onde menos de 6% das mulheres nessa faixa realizam exames regulares.

Durante o mês, empresas promovem campanhas internas e redes sociais se preenchem de mensagens de apoio. Porém, o impacto real do Outubro Rosa se dá nas consultas, nas filas por exames e nos esforços diários de profissionais da saúde, que enfrentam a burocracia e a sobrecarga do sistema para garantir diagnóstico e tratamento ágeis.

Mais do que vestir rosa, é hora de agir. O Outubro Rosa é um lembrete de que o cuidado com a saúde da mulher deve durar o ano inteiro — e que a informação é a melhor ferramenta de prevenção. Quando identificado em fase inicial, o câncer de mama tem taxas de cura superiores a 90%, um dado que reforça a urgência de ampliar o rastreamento e reduzir a demora entre o diagnóstico e o início do tratamento.