O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado de 2022 começou em 2 de setembro, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O relator Alexandre de Moraes leu o relatório final da ação penal, resumindo todas as fases anteriores até as alegações finais da Procuradoria-Geral da República. Em seguida, o procurador-geral Paulo Gonet apresentou a acusação pedindo a condenação dos envolvidos.

Ainda no primeiro dia, começaram as sustentações orais das defesas. O advogado de Mauro Cid, delator do caso, argumentou que seu cliente não foi coagido e que sua colaboração foi voluntária. O defensor de Alexandre Ramagem negou monitoramento ilegal de ministros do STF, alegando que Ramagem apenas documentava pensamentos presidenciais. As sustentações continuaram com os advogados de Almir Garnier e Anderson Torres, e a sessão foi encerrada, ficando as demais sustentações para o dia seguinte.

No segundo dia, 3 de setembro, falaram os advogados de Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, afirmou que o ex-presidente foi incluído no processo sem provas concretas, questionou a credibilidade da delação de Mauro Cid e apontou cerceamento de defesa. Bolsonaro não compareceu presencialmente à sessão, alegando problemas de saúde, assistindo de sua casa em Brasília.

Bolsonaro permanece em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica e comunicação limitada. O relator Alexandre de Moraes reafirmou a independência do Supremo e anunciou que o julgamento será retomado nas próximas sessões, já marcadas para os dias 9, 10 e 12 de setembro, quando os ministros apresentarão seus votos e o julgamento seguirá para deliberação final.