AQUI NÃO ENTRA LUZ, DE KAROL MAIA, É SELECIONADO PARA O 58º FESTIVAL DE CINEMA DE BRASÍLIA
Documentário produzido pelo Apiário Estúdio Criativo, com coprodução da Surreal Hotel Arts, traz à tela histórias de trabalhadoras domésticas e a relação da diretora com sua mãe
- Categoria: Cinema
- Publicação: 21/08/2025 14:25
- Autor: André Luiz Brandão Cisi

AQUI NÃO ENTRA LUZ, de Karol Maia |
AQUI NÃO ENTRA LUZ, primeiro longa autoral da cineasta Karol Maia, foi selecionado para a mostra competitiva do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que acontece de 12 a 20 de setembro e será exibido no dia 17 de setembro, às 21h, no Cine Brasília. O documentário nasce de uma experiência pessoal: filha de uma ex-trabalhadora doméstica, Karol entrevista mulheres que são trabalhadoras domésticas. As conversas revelam lembranças emocionantes e relatos de situações de violência e exploração que ainda marcam a realidade de milhões de mulheres no Brasil, mas também expõem sua luta constante por direitos e a força da maternidade, elemento presente e estruturante na vida da maioria delas. Narrado em primeira pessoa, o filme mistura memórias pessoais e histórias de mulheres dos quatro estados que mais receberam mão de obra escravizada do país: Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A arquitetura da senzala e do quarto de empregada, que inspiram o título do filme, é retratada no longa a partir das marcas de segregação e racismo que esses espaços carregam. A obra se constrói como um gesto de escuta, memória e reconhecimento da luta de mulheres que resistem diariamente em condições de trabalho ainda muito precárias. |
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No Brasil, são cerca de 6 milhões de trabalhadores domésticos, segundo o IBGE, mas menos de um quarto deles têm carteira assinada. Mesmo após a aprovação da PEC das Domésticas (2013) - que trouxe direitos como FGTS, seguro-desemprego, salário-maternidade e jornada limitada - a informalidade entre as trabalhadoras domésticas continua alta. Embora a formalização tenha crescido em alguns pontos, avanços estruturais não se sustentaram e a informalidade voltou a crescer nos últimos anos, deixando claro que a lei, por si só, é insuficiente para garantir condições justas e direitos respeitados. A viabilidade do documentário se deu graças a uma rede de apoiadores. O primeiro incentivo veio do Rumos Itaú Cultural, que viabilizou a realização do projeto. Mais tarde, a iniciativa foi fortalecida por outros apoios institucionais, como a Lei Paulo Gustavo (MG) e o Programa Histórias que Ficam – Fundação CSN. Para a etapa de finalização, o filme contou ainda com uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria, que arrecadou recursos adicionais e destinou parte da verba a um fundo emergencial de apoio às trabalhadoras domésticas entrevistadas. O longa marca a estreia de Karol Maia na direção de longas-metragens. Aos 31 anos, a cineasta paulistana já realizou projetos como a série Helipa – Um Autorretrato (Paramount), Mães do Brasil 2 (TV Globo) e Cartas Marcadas (Warner Bros.). A produção é da Apiário Estúdio Criativo, com coprodução da Surreal Hotel Arts e distribuição da EMBAÚBA FILMES, responsável por títulos como MARTE UM, ARÁBIA, INFERNINHO e CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS. |
Sinopse |
Ficha técnica Produção: Apiário Estúdio Criativo Coprodução: Surreal Hotel Arts Direção e Roteiro: Karol Maia Produção Executiva: Paula Kimo Direção de Fotografia: Camila Izidio, Carol Rocha Direção de Fotografia Adicional: Wilssa Esser Direção de Produção: Paula Kimo Montagem: Cesar Gananian, Fer Krajuska Som Direto: Thais Nália, Lyn Santos Direção de Arte Adicional: Maíra Mesquita Mixagem de Som: Henrique Staino Pesquisa: Isabella Santos, Suzane Jardim Distribuição no Brasil: Embaúba Filmes |
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