Documentário inédito dá voz à paternidade atípica em Santo André
Projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo valoriza experiências de pais de crianças com deficiência e promove empatia e conscientização
- Categoria: Cinema
- Publicação: 27/06/2025 17:54
- Autor: Cibele Gallinucci

Em um cenário social em que a
paternidade ainda é, muitas vezes, cercada por estigmas e ausências, um novo
documentário produzido na cidade de Santo André busca romper com paradigmas e
trazer à tona histórias de pais que desafiam a lógica tradicional da família. A
produção é assinada pelo diretor e educador Emerson Piqueno e tem como foco
principal a paternidade atípica, ou seja, a experiência de homens que criam e
cuidam de filhos com deficiência.
O documentário, que foi contemplado
pela Lei Complementar nº 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), entrevista pais
andreenses que vivenciam a realidade de famílias atípicas. Com o olhar sensível
e humano do diretor, que também é pai de duas crianças com transtorno do
espectro autista, busca quebrar preconceitos, ampliar a representação dessas
famílias e propor políticas públicas de inclusão e apoio à paternidade
presente.
Um
retrato real e necessário
Mais do que simplesmente contar
histórias, o documentário tem como objetivo educar e sensibilizar. Ao trazer
para o centro da narrativa pais que muitas vezes são invisibilizados ou
estigmatizados, o projeto promove visibilidade, combate à discriminação e
valorização das diversas formas de estrutura familiar.
“Queremos mostrar que o amor, o
cuidado, a responsabilidade e o comprometimento não dependem de um modelo
tradicional. O número de pais que abandonam os filhos é gritante e muito me
incomoda a normalização dessa prática.
Há muitos pais que estão presentes, que lutam diariamente ao lado de
seus filhos com deficiência, enfrentando desafios com coragem e afeto, e
precisamos trazer esses exemplos positivos para reflexão de muitos pais que
recebem ou que um dia irá receber o diagnóstico, se a ausência da figura
paterna pode ser prejudicial para uma criança típica, para uma criança atípica
é muito pior, porque ele está prejudicando além da criança, a mãe da criança”,
explica Emerson Piqueno, produtor e diretor do projeto.
Para
além das telas: ações concretas de transformação
O projeto se apoia também em uma
série de contrapartidas sociais e educativas, que vão desde a realização de
lives com as famílias participantes, até apoio psicológico ao elenco, a
exibição dos vídeos em redes sociais e instituições ligadas à causa da pessoa
com deficiência. Além disso, haverá exibições acompanhadas de debates em
espaços culturais e órgãos públicos da cidade.
O documentário conta ainda com a
parceria dos movimentos sociais Capdef, Educação Inclusiva, Mães de Autistas,
Teacolher Brasil e Teativismo todos da cidade de Santo André, que indicaram as
famílias para participarem da filmagem, garantindo autenticidade e
representatividade ao projeto.
A
voz da experiência
À frente do projeto está Emerson
Carlos Ferraz Gonçalves, conhecido como Emerson Piqueno. Com 44 anos ex-aluno
da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André (ELCV), e uma carreira
consolidada nas áreas de audiovisual, educação e engajamento social, Emerson
tem no currículo passagens como educador em diversas instituições inclusive
integrou o projeto Cine Tela Brasil uma iniciativa de cinema itinerante que
tinha como principal objetivo levar a experiência cinematográfica para
comunidades com pouco ou nenhum acesso a salas de cinema tradicionais no
Brasil. Mais do que um profissional do audiovisual, é um militante ativo da
causa: atuou como conselheiro dos direitos da pessoa com deficiência e dos
trabalhadores da cultura em Santo André, e é presença constante em debates,
reuniões e Lives que abordam arte, inclusão e família.
Um
convite à empatia
A produção do documentário sobre
paternidade atípica surge em um momento necessário, em que refletir sobre os
papéis sociais e afetivos dentro da família se torna cada vez mais urgente. Em
meio a uma sociedade que ainda associa cuidado principalmente às mães, dar
espaço e responsabilidade aos pais que se mantêm presentes e atuantes no
cotidiano de seus filhos com deficiência é uma forma de inspirar, educar e
transformar.
“Queremos que este documentário seja
uma ferramenta de conscientização. Que ele ajude outras famílias, que estimule
políticas públicas, e que, acima de tudo, gere empatia. A inclusão começa pelo
olhar, e estamos convidando todos a enxergar de verdade essas histórias”,
finaliza Emerson.
A estreia acontecerá no dia 02 de
julho no CRPD (Centro de Referência da Pessoa com Deficiência), às 14hs
(Solicita-se fazer o cadastro), no dia 04 de julho às 19hs no Cine Teatro
Carlos Gomes que será aberto para todos os públicos e no dia 05 de julho no
Teatro Conchita de Moraes. Todas s exibições contarão com roda de conversa com
as famílias que participaram do projeto.
Para saber mais sobre o documentário
pode acompanhar o instagram do produtor
@piquenoemerson, @coletivo.capasis ou pela assessoria de imprensa do
projeto, @espalhandoamorautismo e @paiteadocumentario.
Serviço: Documentário Paitea
Dia: 02 de julho – Lançamento
Horário: 14hs
Local: CRPD
Endereço: Rua: Carnaúba, 150, Vila Guiomar, Santo
André, SP.
Dia: 04 de julho
Horário: 19hs
Local: Cine Teatro Carlos Gomes
Endereço: Rua: Senador Fláquer, 110
Centro, Santo André,SP
Dia 05 de julho
Horário: 19h30
Local: Teatro Conchita de Moraes
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