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Cuidados com o coração durante o Inverno

  • Categoria: Saúde
  • Publicação: 18/06/2025 11:38
  • Autor: Redação

As baixas temperaturas do inverno aumentam em 30% o risco de infarto, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco. Os índices de Acidente Vascular Cerebral (AVC) também se intensificam nesse período, podendo apresentar crescimento de até 20%. A dissecção da aorta também aumenta em até 5%, pois sua camada interna pode se romper ou sofrer descolamento.

 

Segundo a Dra. Paola Smanio, Head da Cardiologia do Fleury Medicina e Saúde, ocorre porque as reações do organismo às baixas temperaturas levam à necessidade de algumas adaptações no sistema cardiovascular, que trabalha mais para manter seu equilíbrio. Os idosos e pessoas que já têm doenças cardiovasculares são os que estão em maior risco.

 

A vasoconstrição das artérias coronárias pode levar a uma menor oferta de fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco e, em situações em que haja maior demanda, como atividade física ou estresse quando a oferta pode ser insuficiente, levando a sintomas de dor no peito ou falta de ar. No caso da vasoconstrição pode ocorrer aumento da pressão nas placas de gordura obstrutivas já existentes, promovendo a sua ruptura e, assim, angina, infarto do miocárdio e, até mesmo, morte súbita. O mesmo pode ocorrer nas artérias cerebrais e ocasionar o AVC”, informa a Dra. Paola. De acordo com a médica, outro fator que demanda atenção em relação às doenças cardiovasculares e o frio é a ocorrência mais frequente das infecções respiratórias, que também podem aumentar o risco de acometimento cardiovascular. 

 

Entre os sintomas mais comuns do infarto estão: dor no peito, falta de ar, náuseas, dor no braço esquerdo, dores nas costas, no pescoço e região do estômago. Estes sintomas podem iniciar após esforço ou situações de estresse e, até mesmo, em repouso. “A dor pode ser em aperto, opressão, queimação e ter uma difícil caracterização. Em subgrupos como diabéticos e idosos, o infarto pode evoluir de forma silenciosa. O fato é que qualquer sintoma deve ser investigado”, explica a cardiologista. 

 

Prevenção e exames  

 

Durante o Inverno, as pessoas tendem a se exercitar menos, ingerem menos líquidos e consomem alimentos mais gordurosos e calóricos, hábitos que também aumentam os riscos de doenças do sistema cardiovascular. 

 

A Dra. Paola deixa o alerta que, nesta ou em qualquer época do ano, a busca contínua por hábitos de vida saudáveis é essencial. Assim, usar roupas adequadas para cada estação do ano, principalmente no Inverno para se manterem aquecidos, manter a hidratação adequada, evitar alimentos gordurosos e com excesso de sal, e manter atividade física com regularidade aliada a uma noite de sono de boa qualidade contribuem para melhorar a saúde e prevenir os riscos de infarto.

 

A realização de consultas médicas periódicas e exames cardiológicos preventivos são capazes de identificar fatores de risco, como colesterol elevado, hipertensão arterial e diabetes. Vale ressaltar a importância desses exames independentemente da faixa etária para quem for realizar atividade física desportiva.  

 

Os exames de diagnóstico indicados são desde os mais simples, como o eletrocardiograma, teste de esforço ou ergométrico, até os de imagem, como a cintilografia miocárdica, para complementar a investigação e, também, para as pessoas que têm dificuldade ou impossibilidade de realizar o exercício físico na esteira ou bicicleta ergométrica, sendo necessário uso de estresse farmacológico. Os exames de imagem como o ecocardiograma também são muito importantes, pois têm a função de avaliar a estrutura, função cardíaca e, quando sob estresse, podem analisar o fluxo de sangue no coração. No caso de palpitações, arritmias e desmaios, um teste muito disponível e de grande auxílio é o holter, que pode ser realizado por 24 horas ou até 7 dias, dependendo da necessidade do paciente e da recomendação do médico.

 

Uma forma de investigar a presença de obstruções nas artérias do coração de forma não invasiva é a angiotomografia computadorizada das artérias coronárias, que permite avaliar a presença e a magnitude das obstruções das coronárias quando presentes. Já a cintilografia é um método diagnóstico não-invasivo funcional que avalia a repercussão das obstruções na irrigação do miocárdio (músculo do coração). A ressonância magnética cardíaca também é um exame não-invasivo de grande importância para investigar a função cardíaca, alterações estruturais, viabilidade do músculo cardíaco e definir a causa de muitas doenças cardiológicas. 

  

“A medicina personalizada e preventiva, seja de rotina para diagnóstico ou acompanhamento, é a melhor opção para todas as pessoas”, conclui a cardiologista.