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Análise do filme Cidade dos Sonhos (2001)

Resenha sobre o Longa-metragem do cineasta David Lynch
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 08/06/2025 17:59
  • Autor: Rauny Moreira
  Um filme que entra facilmente para a lista dos mind blown movies, com a temática surrealista que só uma mente insana como a de David Lynch poderia imaginar. Betty (Naomi Watts) é uma aspirante à atriz vinda de Ontário, Canadá, com a mesma intenção de tantas pessoas: alcançar o estrelato em Los Angeles, a cidade dos sonhos. 
   Rita (Laura Harring) uma estranha mulher que há algumas horas escapara de ser assassinada e, por conta de um acidente, se encontra com amnésia, busca ajuda exatamente com a nossa protagonista que, mesmo sem entender muito a situação, desenvolve uma empatia pela moça e a recebe na casa de sua tia, onde ela está hospedada.
   As duas juntas passam a desconfiar de tudo, numa tentativa de descobrir sobre a identidade de Rita, ao mesmo tempo em que coisas bizarras e até desconexas começam a acontecer em um turbilhão de mistérios. Não bastasse o roteiro psicodélico de David Lynch, a música imersiva e induzida de Angelo Badalamenti traz uma mistura de medo com fascinação, desejo e ódio que acompanha a crescente relação entre as duas mulheres. Betty e Rita, dois nomes bem americanos para atrizes da época áurea do cinema. 
   Uma homenagem aos anos 50? Personagens dentro de personagens? Nada é claro, literalmente, quando muito, a fotografia brilhante e cintilante divide momentos com um tom escuro, vezes azul, outras marrom, revelando que existe fantasia e realidade, óbvio, mas de uma perspectiva onírica e muitas vezes, mentirosa. Estresse pós traumático, depressão, ansiedade. 
   São algumas condições dentro da psicopatologia que podem causar alucinações, dividindo a mente entre o estado de vigília, desperto e capaz de fazer distinção entre o que é e o que não é e, levando este, ao flerte com a irrealidade do nosso poderoso inconsciente e suas artimanhas. Confusão não é bem a palavra que resume a experiência de assistir a esse longa, prefiro usar estarrecido. Não há muito o que dizer, queixo caído é o comportamento/expressão de linguagem, chocado também poderia ser e por que não, admirado? Usem o adjetivo que quiserem.