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Análise de "A Vida dos Outros"

Filme dirigido por Florin Henckel Van Donnersmak vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro 2007
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 14/05/2025 14:06
  • Autor: Givaldo Dias
Em "A Vida dos Outros" temos a reconstituição de um fato real ocorrido na Alemanha durante uma operação de espionagem da Stasi para descobrir pessoas que tramassem contra o governo ou que possuíssem ideias que batessem de frente contra os ideais da política do país.
Georg Dreyman (Sebastian Koch) é um escritor alemão, tratado como cidadão exemplar praticamente acima de qualquer suspeita, porém o ministro Hempf ordena por precaução que ele também seja vigiado, e a missão cai nas mãos de Wiesler (Ulrich Mühe) que passa a vigiá-lo e também sua namorada Christa Sieland (Martina Gedeck) que é uma atriz de teatro, por meio de escutas espalhadas por todo o apartamento.
À medida em que Wiesler vai tendo conhecimento de todo o cotidiano de Georg, ele passa a repensar suas ações e fica em estado de dúvida se o que está fazendo de fato é correto, fazendo-o ter decisões que podem ir contra tudo o que sempre acreditou.

Filmaço, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro e posso afirmar que ganhou mais do que merecido.
O filme é um thriller de espionagem que lembra em muitos momentos "A Conversação", mas achei "A Vida dos Outros" bem superior, especialmente na questão psicológica que é tratada com bastante sensibilidade, a relação entre os personagens é algo que envolve, que assim como Wiesler. que passa a se colocar dentro daquele apartamento mais do que poderia esperar, nos joga diretamente na situação, sempre dando closes no lugar com a intenção de nos deixar imersos dentro da cena, a fotografia do filme aliada com a ótima trilha sonora, cria momentos de tensão impactante, com destaque para a cena em que o apartamento de Georg é revistado pela Stasi, com notas altas e crescendos intensos, a trilha faz o espectador se sentir angustiado com a tensão da situação.

Ulrich Mühe dá um verdadeiro show de atuação, com sua expressão triste e enigmática, seu personagem tem uma evolução em cena fantástica e cada vez mais cativante. Todo o elenco principal é ótimo, mas Ulrich Mühe sem dúvidas fez um trabalho magistral de se aplaudir de pé, uma pena que praticamente tenha sido seu filme-testamento.

Obra-prima, emocionante e inesquecível. Um dos melhores filmes que já tive a honra e o prazer de assistir.

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