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Análise de "Uma Loucura de Casamento"

Comédia de Humor ácido dos anos 90, dirigida por Peter Berg
  • Categoria: Critica de Filmes
  • Publicação: 14/05/2025 14:00
  • Autor: Givaldo Dias
 Um grupo de amigos, um deles está para casar com Cameron Diaz, então eles preparam uma despedida de solteiro inesquecível em Las Vegas e o resultado dessa noite também será inesquecível.
Para aqueles que olhavam para a capa, título ultra genérico e presença de Cameron Diaz com certeza tiveram o mesmo pensamento que tive, deve ser mais uma comédia romântica fofinha bem clichê. 

Felizmente, eu estava totalmente enganado. Lembro bem quando eu e minha ex-namorada estávamos na locadora escolhendo filmes para ver no fim de semana e ela escolheu esse “Uma Loucura de Casamento” na prateleira de “romance”, até aí nada de mais, sendo que na capa da VHS dizia “comédia”, então, com os filmes escolhidos fomos para a casa dela, começa o filme e tenho a impressão de que a cena de abertura copia “Uma Jogada do Destino”, mas vamos que vamos...

O filme conta a história de um grupo de amigos que realizam uma despedida de solteiro para Kyle Fisher (Jon Favreau) que em poucos dias irá se casar, então Robert Boyd (Christian Slater), Adam Berkow (Daniel Stern), Michael Berkow (Jeremy Piven) e Charles Moore (Leland Orser) o levam para essa aventura em Las Vegas. Chegando lá é só diversão regada a muita bebida e drogas, até que a stripper (Kobe Tai) contratada por Boyd  chega para animar ainda mais essa festinha, tudo começa a desandar quando nessa noitada Michael acidentalmente mata a stripper no banheiro.  Os amigos se desesperam sem saber o que fazer, Boyd então sugere que eles enterrem o corpo da stripper no deserto e esqueçam o assunto, as coisas se complicam cada vez mais e o pesadelo está apenas começando.

Pois é, meus amigos, de comédia romântica fofinha o filme não tem nada, muito pelo contrário é uma comédia de humor negro extremo, com momentos bastante sangrentos por sinal. À medida em que as coisas vão dando errado, nossos risos nervosos e com o sentimento de culpa vão surgindo em maior intensidade, ao mesmo tempo em que as personagens vão se desdobrando para manter esse mórbido segredo não importando como. O filme usa todas as maneiras para exercitar seu humor negro em piadas que envolvem judeus, deficientes físicos, fidelidade conjugal e tudo que for possível para causar esse desconforto que as personagens sofrem.  Quando eles percebem que cruzaram um limite que não tem mais volta é aí que seus problemas de fato começam.  A paranoia passa a fazer pressão entre eles, surge a desconfiança e com ela, uma sucessão de acontecimentos que os amigos terão que resolver, não importa como.

O roteiro embora pareça o tempo inteiro absurdo é de uma genialidade fora do comum, a maneira que eles decidem agir quando surge um problema em seu caminho é hilária, mesmo sendo politicamente incorreta ao extremo, nada e nem ninguém estão à salvo dessa metralhadora giratória de humor negro. Uma pena o filme ter sido praticamente ignorado e ainda mais vendido de maneira errada. Para os fãs desse tipo de filme é mais do que recomendado.  Preparem-se para um dos desfechos mais insanos de todos os tempos.