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It's a dangerous country". Assim falou, Tom Tykwer (sim, o eterno diretor de "Corra, Lola, Corra!" 1998)

  • Categoria: Cinema
  • Publicação: 03/05/2025 08:45
  • Autor: Ricardo Corsetti
Na sexta-feira (25/04), em São Paulo, a respeito do Brasil, durante sua participação no Festival de Cinema Europeu, realizado no Reserva Cultural (cinema paulistano). No caso, ele fez referência ao roubo de seu celular, durante passagem por Niterói (RJ), na versão carioca do referido festival. Obs: por mais que ele tenha relatado tal caso e, em seguida, concluído com a frase mencionada no início do parágrafo, a respeito do nosso "oásis tropical", em tese, "em tom de brincadeira", realmente pegou muito mal, o uso de tal expressão: "It's a dangerous country". Inclusive, durante o coquetel pós-sessão de abertura do Festival, isso foi assunto em todas as rodas de conversa... Tykwer é, sem dúvida, um diretor talentoso. Eu, particularmente, gosto muito de "Trama Internacional" (2009), talvez seu trabalho mais comercial, inclusive, ao qual apelidei como "Clive Owen contra o sistema". Acho "Perfume - A História de um Assassino" (2006), apenas mediano e quanto ao já clássico "Corra, Lola, Corra!" (2006), já gostei bem mais do que hoje, o considerando, atualmente, um tanto superestimado. Mas, enfim, apesar de seu talento, como pessoa, sinceramente, me pareceu um grande cuzão e arrogante. Obs 2: Ok, nobody's perfect e um dos meus grandes ídolos no cinema: Jess Franco (1930-2013), já colocou num de seus mais belos filmes "Venus in Furs" (1969), a antológica frase: "Aí eu fui para o Rio de Janeiro, que é o lugar para onde as pessoas vão, quando querem se esconder"... E o mito Frank Sinatra, por exemplo, só veio ao Brasil, já em final de carreira, por acreditar, ao longo de toda a vida, que aqui "seria sequestrado ou pegaria uma doença desconhecida e incurável". Mas, em tais contextos, estamos falando de uma visão estereotipada, acerca do Terceiro Mundo, característica de uma outra época, não de uma frase altamente infeliz e preconceituosa, lançada com naturalidade, em pleno ano de 2025, não é mesmo? Prova de que a visão de mundo, por meio de um viés totalmente eurocêntrico, em relação ao nosso "Jurassic Park" tropical, continua mais em voga do que nunca...