As tatuagens nos tempos atuais contém vários significados, públicos ou pessoais. Amplamente difundida aos longos dos anos e com cada vez mais adeptos por suas razões mais simples até mais complexas, as artes nos corpos humanos ocupam o Ocidente até o Oriente. Falando especificamente do segundo, vamos a Coreia do Sul, onde se logo pensa em modernidade, sobretudo por tecnologia e moda. Mas muitas das coisas não soam exatamente assim.

Contendo em suas raízes um ainda forte tradicionalismo em seus costumes sob a alcunha dos mais velhos, os “desenhos” na pele são alvos de rejeições e preconceitos, principalmente contra as mulheres. Por conta até mesmo da legislação local, para se fazer uma no país é necessário que o tatuador possua uma autorização médica sob alegação do uso de agulhas, onde as autoridades alegam que isto caracteriza um método invasivo. 

Diversas associações ligadas aos tatuadores profissionais tentaram derrubar as leis relacionadas judicialmente ao longo dos anos, mas foram vencidos em suas tentativas. As penas para quem desobedecer, podem chegar a até 5 anos de prisão.

Por esta razão, muitos estúdios funcionam na clandestinidade para assim fugir de fiscalizações, e utilizam até mesmo linguagens em códigos nos anúncios, não deixando claro que ali contém tal serviço. Isto gera condições precárias nos locais de atendimento, pois os tatuadores que não possuem a licença médica para trabalhar no ramo têm dificuldade para oferecer uma estrutura mais adequada.

Desta forma, surgem casos de abusos contra o público feminino que é cliente por maus profissionais, devido as vítimas terem medo de denunciá-los por conta do preconceito que já sofrem dos mais tradicionalistas pelas tatuagens.

Juventude contra a maré

Mesmo com todas estas restrições, o mercado de tatuagens na terra do k-pop segue aquecido, sendo puxado pelos mais jovens que são influenciados pelos membros do k-pop, chamados agora também de k-tattoos. 

Fóruns na internet como o Reddit são utilizados para trocas de experiências e recomendações de locais, além de fomentação de inspirações dos famosos como o membro do grupo BTS Jungkook, onde o mesmo exibe as suas em posts nas redes sociais, já que em canais televisivos, os mesmos são vistos com roupas que as cobrem. 

A Coreia do Sul é atualmente o único dos países tidos como desenvolvidos a ter estas restrições. O Japão, onde havia a necessidades de autorizações médicas parecidas, teve a lei que tratava o tema suspensa em Setembro de 2020.