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Análise de "Aos Pedaços" do Ruy Guerra

Categoria: Critica de Filmes
Publicação: 14/02/2025 16:56
Autor: Ricardo Corsetti

Como diz uma velha piada envolvendo certo tipo de filme, característico da Mostra Interna de Cinema de São Paulo, por exemplo, muitas vezes, a melhor coisa a se dizer sobre tais filmes é: "Mas a fotografia é lindíssima" (rs). E no caso específico de "Aos Pedaços" (2020), último trabalho de Ruy Guerra que, finalmente, estreia comercialmente, eis uma grande verdade: a belíssima fotografia em PB (vencedora do Festival de Gramado na categoria, aliás) é mesmo soberba, remetendo à ótima (embora ultra- previsível) referência ao Expressionismo Alemão, inclusive, esteticamente, o filme possui claras referências a "O Gabinete do Doutor Caligari" (1920) de Robert Wiene. Mas, infelizmente, no mais, há pouco a se destacar neste arremedo de trama que poderia funcionar perfeitamente num curta, mas, sinceros, não possui fôlego para um longa. Simone Spoladore e Chistriana Ubach, estão lindas e ótimas em cena. O protagonista vivido por Emílio de Mello, também não decepciona. No todo, porém, o ritmo arrastado e verborrágico de "Aos Pedaços", acaba resultando em muita pretensão, para pouco resultado. Mas, felizmente, não chega a ser tão absolutamente intragável quanto "Estorvo" (2000) do mesmo diretor. Ah, que saudade daquele outrora genial Ruy Guerra, autor de "Os Cafajestes" (1962) e "Os Fuzis" (1964).