Embora eu achava " O Casamento dos Trapalhões " a obra menos infantil do quarteto,essa adaptação da obra de  Ariano Suassuna " Os Trapalhões  No Auto da Compadecida (1987) acabou  sendo a menos autoral , em relação aos seus longas anteriores. 

Embora tenha sido um sucesso de crítica e público, essa obra não assisti no cinema , somente em vhs, e na época por não conhecer a obra de Ariano,  confesso que estranhei a mudança de tom. 

Anos depois, revendo acabei achando um dos melhores filmes dos Trapalhões, até pela ousadia ao adaptar. Mesmo a adaptação de Guel Arraes de 1999, acho ela com um tom bem mais " infanto-juvenil" ,bem diferente desse longa de 1987.

A direção de Roberto Farias( Pra Frente Brasil; Assalto Ao Trem Pagador) consegue trazer veracidade a história, bem fiel a obra original.

Renato  Aragão faz João Grilo e Dedé Santana o Chicó, e ambos estão em grande sintonia , e nenhum momento caindo no caricato. O mesmo para o papel de Zacarias que faz o padeiro que é traído pela mulher ( Cláudia Jimenez).

Mussum em um papel duplo, que no início faz um papel de um coroinha da igreja com poucas falas, para depois magistralmente faz o papel de Jesus ao lado da Compadecida( Betty Gofman, também em papel duplo)

Destaque para a presença de Raul Cortez  que a exemplo de Mussum e Betty Gofman, em dois papéis também. 

A obra de Ariano , hoje está em evidência até pelo sucesso de " O Auto da Compadecida 2" que está faturando nos cinemas  e já atraiu 2,17 Milhões de espectadores desde a estreia do dia 25 de Dezembro de 2024.