Crítica de "Oppenheimer" (Christopher Nolan/2023)
" Agora eu me tornei a morte, a destruidora de mundos " Bhagavad- Gita
- Categoria: Análises e Críticas
- Publicação: 19/12/2024 08:36
- Autor: Natasha Maya Ferreira

Dificilmente o diretor será lembrado por outro filme antes
desse, aqui ele alcançou a excelência. Sublime é uma palavra pequena para
definir a obra.
Baseado no livro vencedor do Pulitzer, o roteiro de Nolan
não foge ao seu usual: narrativa situada em tempos não lineares que se
alternam, mas o diretor conseguiu extrair do elenco atuações dignas de prêmios,
em especial do protagonista Cillian Murphy e Robert Downey Jr ( esse no melhor
desempenho da sua carreira).
Filmado em IMAX, a
fotografia alterna cenas coloridas com preto e branco e conta com um design de
som indescritível; tudo nos prepara para o clímax: a explosão do projeto
Trinity. E que imersão, a plateia se assusta com o que ouve e se assombra com o
que vê.
Assombro
compartilhado com o cientista, que vê que criou um monstro, uma nova era, um
caminho sem volta para a Humanidade. O olhar de Murphy traz à vida os tormentos
do personagem, que tendo sido emocionalmente instável desde a juventude, é
enredado em um novelo que o desestabiliza por completo.
Um erro menor é a verborragia, ainda mais quando mistura
termos de física com política, acaba cansando o espectador.
Porém o filme é tão
grandioso, tudo é real e chocante, a frieza com que os políticos escolhem as
cidades aonde as bombas serão lançadas, quando o Japão não tem mais nenhuma
chance, assim como Oppenheimer é descartado, humilhado e traído pelos mesmos.
Em seus delírios vê os mortos e queimados em silêncio.
A cena final com Albert Einstein ( Tom Conti) revela um diálogo aonde o primeiro adverte o segundo sobre o seu destino, que acaba se cumprindo.
@natasha_maya_ferreira_
Leia Mais




