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Análise do Filme Guerra de Canudos

Categoria: Critica de Filmes
Publicação: 11/12/2024 01:39
Autor: Ricardo Corsetti

"Haverá 4 Fogos contra Belo Monte. Os 3 primeiros são meus. O 4o. Fogo, está nas mãos de Deus". Assim falou, Antônio Conselheiro (1830-1897). Oficialmente, Antônio Conselheiro é visto como "fanático religioso e monarquista". Mas como qualquer débil mental, minimamente bem informado sabe, a história é e sempre foi escrita pelos vencedores. Portanto, devaneios à parte, eu particularmente prefiro imaginar que as cores defendidas por Conselheiro, não fossem necessariamente o verde e amarelo, mas sim, tons um pouco mais avermelhados... De qualquer forma, seja qual for a verdade acerca do patriarca de Belo Monte, é lindíssimo do ponto de vista histórico das lutas populares contra o poder estabelecido, saber que houve de fato quem desafiasse as falsas promessas de "liberdade, igualdade e progresso" vendidas pela República Velha, com seus belos "ideais" inspirados no Positivismo de Augusto Comte, que na prática, só resultaram em igual (ou talvez até maior) exclusão social dos não pertencentes à velha elite agrária tupiniquim. Quanto ao filme propriamente dito: "Guerra de Canudos" (1996), Dir. Sérgio Rezende; é fato que sempre tive minhas reservas em relação ao trabalho do diretor em questão, mas até que vejo um bom filme aqui, tanto em termos de produção, quanto em não destruição absoluta dos fatos históricos, conforme ocorre, por exemplo, com os lamentáveis "filmes históricos" recentes (que deveriam na verdade, serem rotulados como ficção não-científica): "Joaquim" (2017) e "A Viagem de Pedro" (2021). Destaque para as ótimas atuações de Paulo Betti, Marieta Severo, Roberto Bomtempo e Tonico Pereira, em meio ao grande e totalmente estelar elenco. Quanto à grande Cláudia Abreu, não vejo aqui necessariamente uma de suas melhores atuações, embora ela esteja belíssima em cena.