"Eleger Lula presidente, é o mesmo que entregar o Brasil para os índios novamente. Se bem que até os índios, já estão vendidos, é tudo cachaceiro". Assim falou, em momento de "genial" reflexão, o caminhoneiro bolsonarista "Ferreirinha", em depoimento ao ótimo documentário "No Céu da Pátria Nesse Instante" (2023) de Sandra Kogut, recentemente exibido na 48a. edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Em momentos involuntariamente tragicômicos, registrados no documentário em questão, constatamos o verdadeiro surto coletivo de reacionarismo político, disfarçado de "patriotismo" que varreu o país nos últimos anos. O fenômeno conhecido como bolsonarismo, sem dúvida, fez aflorar aquilo que de pior, pelo visto, estava adormecido no povo brasileiro. Todo recalque, frustração e preconceito que, até o fenômeno Bolsonaro surgir, estava adormecido, acordou e acordou com fúria e truculência, em relação ao menor indício de altitudes progressistas que, exatamente como ocorria durante os "anos de chumbo" da Ditadura Militar, passaram a ser taxadas como: "anti- patrióticas e subversivas".

E esse movimento irracionalista, atingiria seu ápice, naquele fatídico 08 de janeiro, quando a horda de zumbis fascistas, lacaios do bolsonarismo, invadiu o Congresso Nacional brasileiro,  cometendo uma série de atrocidades.

O filme de Sandra Kogut registra e nos revela, sem retoques, toda a sequência de absurdos cometidos naquele dia, segundo seus insanos autores, tudo "em nome da liberdade e democracia". Faz-me rir.

Importante e imprescindível registro daquele, infelizmente, já histórico dia, "No Céu da Pátria Nesse Instante", realmente me faz concluir que, assim como diria o nosso velho maestro: O Brasil realmente não é para amadores...