Conhecidas pelas roupas e jeitos de comportamento no mundo do entretenimento japonês, as chamadas “Maids” também sofrem com um lado negativo enquanto encarnam os seus personagens. Apesar de visarem origem nos mangás e anime com seus adereços próprios, as Maids vistas pelas calçadas do país oriental têm  roupas inspiradas em empregadas domésticas da era vitoriana francesa. Segurando os seus cartazes, e entregando papéis para potenciais clientes que transitam pela cidade para fazê-los entrar nos bares, restaurantes, cafés e baladas que trabalham, os que ali as vêem não fazem ideia por vezes em pressões psicológicas que elas passam para satisfação de seus chamados “mestres”. 

O termo “mestre” é utilizado para definir quem está sendo atendido, com diferentes tarefas como desenhos, fotos e comportamento a escolha do frequentador. No Japão, os estabelecimentos deste tipo são classificados como “restaurantes sociais”, onde os alimentos servidos não necessariamente são a principal atividade da casa, o que define termos diferentes na legislação local, obrigando a funcionarem em horários mais restritos. 

Atualmente, existem “Maids Cafés” em diversos países incluindo o Brasil, como o Chest of Wonders localizado no bairro da Liberdade, famoso pela presença oriental, em São Paulo.

O lado “background”

Porém, nem tudo são flores a menos, para parte de quem trabalha. Alguns relatos de mulheres que trabalharam ou já passaram no local, dão conta disto: uma estrangeira que se candidatou para uma das vagas, revela que ao participar de uma seleção onde recebeu um roteiro com cerca de seis páginas para fazer uma performance na frente de seus avaliadores, incluindo um curso de sete horas para uma colocação de meio período. Ela também admitiu que existe uma espécie de “hierarquia” por beleza seguido por um ranking onde as perguntas eram baseadas em peso, tamanho das vestimentas e tons de pele. Este último de acordo com a entrevistada, quanto mais claro o “tom de pele” da pessoa fosse, a posição em tal ranking era melhor, com a justificativa de “agrado” aos clientes por ser mais próximo ao padrão de beleza do Japão. Esta é uma das causas para um ambiente tóxico para muitas, estimulando uma competição não-sadia” entre as próprias para ganhos e consequentemente danos psicológicos.

Mas é importante destacar que acontecimentos não podem ser vistos como generalizados, sem deixar de se atentar no que infelizmente no mundo de hoje é comum, inclusive neste tipo de divertimento: o machismo.

Com informações do vídeo no canal “Baka Gaijin” no Youtube: DISCRIMINAÇÃO E PRESSÃO PSICOLÓGICA | O Submundo dos Maid Cafés no Japão (youtube.com)