Roger Waters - Inteligência e muita Personalidade
Cantor, Compositor, Baixista, membro fundador do Pink Floyd
- Categoria: Música
- Publicação: 07/09/2024 12:43
- Autor: Ricardo Corsetti
O já mais do que lendário ex-baixista, vocalista e membro fundador do icônico "Pink Floyd", completou ontem (06/09/2024), 81 anos, em plena atividade. Com a saída do igualmente genial Syd Barret (1946-2006) da banda, devido a sua gradual perda da sanidade mental, em função do uso exagerado e prolongado de drogas pesadas, em 1968, ou seja, apenas um ano após a formação da banda, o futuramente famosíssimo Pink Floyd passaria, então, a ser claramente comandado por Roger Waters (baixista), seja como principal compositor e letrista, seja como responsável por toda a concepção visual e estilística da banda.
Após o início extremamente experimental, em termos musicais; em 1973, o Pink Floyd lança "The Park Side Of The Moon"; álbum de extrema qualidade em termos de produção e com ótimas composições, porém, já com uma sonoridade bem mais acessível ao grande público. Não por acaso, ele logo se tornaria um dos álbuns mais vendidos da história da indústria musical. Nos anos subsequentes, Roger Waters continua a comandar, com "mãos de ferro" a banda, bem como sua concepção musical e até ideológica. Em álbuns como: "Animals" (1977), o extremamente bem-sucedido "The Wall" (1979) e "The Final Cut" (1983), a figura de Roger Waters, dentro da banda, se torna ainda mais poderosa e "monopolizadora".
Porém, devido aos evidentes atritos que tal postura centralizadora por parte de Waters, começou a gerar em relação aos demais integrantes, sobretudo em relação ao guitarrista e vocalista David Gilmour (que passou a disputar o comando do Pink Floyd com seu antigo mentor (Waters).
Como resultado desta infeliz, mas inevitável, queda de braço entre gigantes, pouco tempo depois, Roger Waters decidi deixar a banda e embarcar em carreira solo.
Mas, como já era de se esperar, o Pink Floyd sem ele, tomou um rumo, cada vez mais comercial, se distanciando, progressivamente, das preocupações políticas e existenciais que caracterizam a banda, em sua, digamos assim, "fase Roger Waters".
O que é uma pena, sem dúvida, pois, enquanto Waters continua firme em sua postura sempre consciente e contestadora em relação às mazelas do mundo contemporâneo e também ao recente processo de caminhada em direção ao autoritarismo e ascensão da nova extrema-direita, praticamente em todo o mundo.
Não por acaso, em sua relativamente recente passagem pelo Brasil, o sempre provocador Waters, gerou a fúria por parte dos "cidadãos de bem" que ainda apoiam a onda autoritária em nosso país, fruto do inconsequente governo federal anterior.
E, enquanto isso, o que restou do antes genial (tanto musicalmente, quanto em função das bandeiras que defendia) Pink Floyd, se converteu num autêntico dinossauro protocolar, capaz de pagar o mico de compor e dedicar sua última composição inédita, à OTAN.
Ah, Mr. Waters, que falta tu fazes em relação àquela que, um dia, já foi uma de minhas bandas preferidas. Volta, por favor!