Brasília, o satélite que paira sobre nós
- Categoria: Politica e Sociais
- Publicação: 27/06/2025 16:38
- Autor: Ricardo Lessa

Muitos dos satélites artificiais de telecomunicações e sensoreamento que orbitam sobre nós estão entre 500 e 1000 quilômetros de altitude. A capital do país está localizada a distâncias semelhantes dos principais centros urbanos do país. Podemos imaginar Brasília girando a essas alturas inalcançáveis sobre a população brasileira.
O que se passa na capital federal parece mesmo muito afastado do que é vivido no mundo terreno. Impostos, alíquotas, orçamentos, números fabulosos são discutidos e aprovados em acordos e desacordos incompreensíveis para a maioria que calcula pequenas quantias com uma ou duas casas decimais para fechar suas contas no fim do mês.
O resultado que aparece nas páginas dos jornais ou nos noticiários da TV é de enriquecimento lícito ou ilícito, sempre explícito, em caras gravatas, ternos bem cortados, rostos e cabelos impecáveis, com palavrório rebuscado ou pretensamente refinado. São as imagens transmitidas por satélites para todos os rincões da nação para eleitores sofridos crédulos ou desconfiados.
Os mal ajambrados que sofrem as consequências de cortes de salários, pensões ou auxílios, não são convidados para figurar nas imagens e muito menos nas preocupações daquele frequentadores dos plenários climatizados, carros com motoristas, residências oficiais, com auxílio moradia e ajuda paletó.
Siglas como IOF, FPM, CNPQ e não sei mais o que, engalfinham-se na nuvem dos discursos. Almoços e jantares faustosos, festas milionários, abrigam negociadores dos três poderes, aqueles que deveriam ser pilares do equilíbrio dos interesses republicanos. Viram encontros promíscuos, insinuando para quem tudo assiste a suspeita sobre independência dos frequentadores que se abraçam sem nenhum pudor.
Brasília quando foi fundada, inspirada pelos cérebros de Lucio Costa e Niemeyer, e animada pelo empreendedorismo de Juscelino Kubitschek, o presidente Bossa Nova, foi inflada pelos ventos desenvolvimentistas das décadas de 1950 e 1960. Foi o ponto de partida da estrada Belém-Brasília, aquela que iria "arrombar a floresta", como diziam os ufanistas de então. Promessa feita, promessa cumprida.
Além da floresta arrombada, a antiga capital Rio de Janeiro, depauperada e endividada. A capital nos anos de regime militar era apelidada Forte Apache, ideal para os acampamentos de soldados e depois seus saudosistas. À remota população pede-se que compareça de dois em dois anos para depositar votos que renovem seus mandatários.
Os que ocupam os acarpetados gabinetes e imóveis funcionais suprapartidários da capital da República, com poder aparentemente ilimitado de distribuição de cargos e salários, só rezam para que nada mude em 2026, que nenhuma surpresa sai de alguma ingrata urna de pandora.
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